Pais que batam em filhos podem ser punidos por nova lei

O governo deve transformar em lei um projeto que proíbe os pais de impor castigo físico aos filhos, como palmadas e beliscões.

O governo deve transformar em lei um projeto que proíbe os pais de impor castigo físico aos filhos, como palmadas e beliscões.

As opiniões variaram bastante. De maneira geral, os pais concordaram que dar uma surra em um filho é um grande erro. Mas, muitos admitiram que já aplicaram algumas palmadas no bumbum

Os meninos se jogam no chão brincando, são danados. A mãe tenta chamá-los em vão. Eles fogem, fogem ao controle.

“Eles fazem tanta coisa que tiram do sério de uma maneira que tem hora você acha que vai ficar louca. Violência gera violência. Se você bate, está ensinando a bater”, comenta a pediatra Adriana de Almeida Pelosini.

A forma de educar os filhos costuma dividir a opinião dos pais. “Um corretivo é necessário às vezes. A criança precisa ter metas”, pondera um pai.

“É difícil dar palmada na minha filha, não gosto de bater, sou contra”, diz a dona de casa Marinalva Alves dos Santos.

“Às vezes conversar é melhor. Mas você perde a paciência também de ficar conversando”, aponta a psicóloga Priscila Oliveira Gracetti.

Alguns pontos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que completa 20 anos, estão sendo discutidos e dezenas de projetos de lei, apresentados. Um deles pretende proibir agressões físicas por parte dos pais ou responsáveis.

De acordo com o projeto de lei, as crianças e adolescentes têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigos corporais ou tratamento cruel ou degradante como forma de correção ou disciplina.

Para o psiquiatra Içami Tiba, especialista em adolescentes, antes de gastar dinheiro público fazendo leis para punir é preciso educar, conscientizar os pais.

“Primeiro ensina, depois cobra, exige que pratique o que aprendeu. Não fazendo, vem a punição. Nunca uma agressão. Hoje a criança é agredida. Amanhã ela será o agressor. É a mesma moeda”, destaca Içami Tiba.

Para a psiquiatra Vera Zimmermann, os pais precisam ter firmeza para ensinar aos filhos valores éticos e morais.

“A violência corporal sempre é maléfica para a saúde mental do ser humano. Nós não podemos esquecer que a omissão na transmissão de valores é igualmente maléfica ou até mais prejudicial ao desenvolvimento dessa mesma criança e adolescente”, aponta Vera Zimmermann.

A gerente de contas Débora Pilates prefere conversar. Se não funcionar, tira um brinquedo ou proíbe uma atividade que André gosta.

“Acho que dá para educar sem agressão, há várias maneiras. Acho que demorou para isso acontecer realmente. O pessoal tem passado da conta. Com o tempo tudo ficou mais moderno, principalmente a educação. Acho que tem se modernizar”, afirma Débora.
Depois que o presidente Lula assinar a lei, ela ainda segue para votação na Câmara e no Senado. Fica claro que o objetivo dessa lei é tentar impedir que crianças sejam espancadas, como aconteceu com a menina adotada pela procurada Vera Lúcia, no Rio de Janeiro.

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