Um relatório do Ministério da Educação (MEC) mostra que o programa Todos pela Alfabetização (Topa) já conseguiu reduzir em mais de 80% o analfabetismo em 47 municípios baianos. Exemplo disso foi Biritinga, na região sisaleira.
Segundo dados do Censo de 2000 do IBGE, o número de analfabetos no município era de 3.423. Nas duas primeiras etapas do Topa, 3.369 moradores foram alfabetizados, o que representa 98,42% do público alvo.
Situação semelhante ocorreu em Ibipitanga, na Chapada Diamantina, com 3.435 pessoas alfabetizadas, o que representa 97,47% do número apontado pelo Censo. Além destes resultados, o programa comemora também os bons desempenhos obtidos nos municípios que antes figuravam como campeões do analfabetismo.
Em Coronel João Sá, o número de analfabetos no município somava 6.665 - 55% do número de habitantes. O Topa conseguiu alfabetizar 2.564, uma redução de quase 40% da população analfabeta. Exemplo parecido ocorreu em Pedro Alexandre, que figurava em segundo lugar na Bahia entre os municípios com maior percentual de analfabetismo. Agora, a realidade é bem distinta. O Topa conseguiu reduzir em 66,46% o analfabetismo.
“O sucesso do Topa deve ser dividido com as 358 prefeituras e 675 entidades dos movimentos social e sindical parceiras. Presente em 415 municípios, o programa vem devolvendo sonhos, resgatando a autoestima, unindo gerações e promovendo transformações na vida de milhares de pessoas”, afirma a coordenadora do programa na Bahia, Elenir Alves.
De acordo com dados do MEC, o número de baianos cadastrados no Topa, de 2007 a 2009, ultrapassa a meta do governo de atingir um milhão de pessoas. Em três anos, o programa estadual, que é referência para o MEC, cadastrou 1.019.281 pessoas. Desse total, 50% já foram alfabetizados e certificados. Atualmente são 482 mil baianos em sala de aula.
Campeão de alfabetização
Lançado em maio de 2007, o Topa já alfabetizou 500 mil pessoas em duas etapas concluídas. Os números fazem da Bahia o estado campeão de alfabetização do país e referência para outros estados e para o Programa Brasil Alfabetizado, do MEC.
Alane Santos Silva, 24 anos, que interrompeu os estudos aos 14 anos, por conta de uma gravidez não planejada, “tinha vontade de ler e escrever”, mas a vergonha a impedia de ir à escola por causa da idade. “O que o povo ia dizer de uma mãe de família na escola?. Mas, pensei que tenho meus filhos e quero ensinar muitas coisas para eles. Antes não podia. Hoje, leio historinhas para mim e para eles, escrevo cartinhas e até em computador já mexo”. Ela só pretende deixar a escola quando conseguir se formar em Serviço Social.
O lavrador aposentado Sebastião Santos, 61, sempre teve vontade de estudar para ser “doutor”, mas teve que deixar os estudos para ajudar os pais no sustento de casa. Agora, aprende a ler e escrever com a ajuda de um dos seus dez filhos, a alfabetizadora do Programa Todos pela Alfabetização (Topa), Maria Rosário Santos, 30 anos. “Ele tem um bom desempenho e aos poucos está criando intimidade com as letras e números. Já conseguiu mandar notícias da família e do município de Caturama, a 419 quilômetros de Salvador, para a filha que mora em São Paulo”, explica Maria do Rosário.
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