Folclore

O que é Folclore

Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.

As lendas são histórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade nã
o conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.


Danças

Capoeira

Tudo leva a crer que a capoeira, um misto de dança e luta, tenha sido criada e desenvolvida no Brasil pelos escravos e seus descendentes, como meio de defesa, com base em tradições africanas, pois as referências populares e de estudiosos sempre mencionam as capoeiras de Angola e Regional.

O expoente máximo da primeira foi Mestre Pastinha; e da segunda Mestre Bimba que, além de nela introduzir variações sutis, criou os golpes “ligados” e “cinturados”, que não existem na capoeira de Angola, forma original da luta/dança. Segundo Mestre Pastinha, “capoeira é ginga, é malícia”. Ambos têm milhares de seguidores, em todo o mundo.

Em seu desenvolvimento, a capoeira tomou uma forma de revide, em resposta às ameaças e agressões físicas sofridas pelos escravos. Como arma de combate, ela utiliza os braços, as pernas, as mãos, os pés, a cabeça, os cotovelos, os joelhos e os ombros. Dos grupos de capoeira participam lutadores, com golpes de ataque e defesa, e instrumentistas.

Os instrumentos utilizados na capoeira são: berimbau de barriga, caxixi, atabaque, pandeiro e reco-reco. O berimbau é o mais importante deles, pela sua originalidade e por dirigir o ritmo da luta. Existem vários toques, cada um com sua finalidade.

Locais onde se encontra: Salvador, Cachoeira, Mata de São João, Santo Amaro, São Félix, Feira de Santana, Maragogipe e Nazaré.


Maculelê Segundo algumas pesquisas, feitas por santamarenses, o maculelê veio das fazendas de canaviais para a cidade. O grupo se compõe de alguns pares de homens, ágeis e fortes, cada qual armado de um bastão de boa madeira de lei, principalmente biriba, medindo 60 ou 70 centímetros. O chefe do grupo usa um bastão maior e mais forte.

Durante a dança, os pares formam roda e o chefe bate com seu bastão nos bastões dos pares e estes se defendem formando um “x” com os dois pedaços de madeira. Em seguida, o par troca golpes com os bastões, no mesmo ritmo da percussão.

Em apresentações especiais, os bastões são substituídos por facões que, ao apagar das luzes, lançam faíscas no ar a cada golpe. Sua data de apresentação é variada, mas as exibições sempre acontecem durante a festa de Nossa Senhora da Purificação e no Bembé do Mercado, realizado em maio, comemorando a Abolição da Escravatura.

Bumba-meu-boi - Prado Representada por uma figura humana com cabeça de boi e lençol branco dançando pelas ruas da cidade, seguido por multidão de curiosos. Suas variantes abrangem a denominação boi-bumbá, na Amazônia; boi-surubim no Ceará e boi-de-mamão, em Santa Catarina. Na seqüência coreográfica, apresentam-se vários personagens, celebrando sempre o “boi”. O bailado consiste na sucessão de várias cenas relativas a um confronto com o animal, que depois é conduzido por dois vaqueiros, sendo ferido por um deles. Exibe-se no ciclo natalino, apresentando-se com menor incidência no Carnaval e em determinadas festas populares do interior.

Lendas

O Caboclo-d’Água

O Caboclo-d’Água é um gigante que mora no lugar mais fundo do rio São Francisco, em uma gruta toda feita de ouro. Persegue os barqueiros sem dó nem piedade, vira as embarcações e também afugenta os peixes só para maltratar os pescadores. Matá-lo nem pensar! Tem o couro tão duro, mas tão duro quem nem atirar nele adianta: as balas não o penetram. Os pescadores também costumam pintar uma estrela debaixo de seus barcos para afugentá-lo. Quando sentem que estão sendo perseguidos pelo Caboclo-d’Água, oferecem um pedaço de fumo ao monstro, o que aparentemente o acalma. Algumas pessoas já tentaram chegar à gruta que é sua morada por causa do ouro, mas todas foram encontradas mortas algum tempo depois.

A Mãe-d’Água
A Mãe-d’Água é uma espécie de sereia, que vive no rio São Francisco. Todas as noites, à meia-noite, o rio dorme e permanece adormecido por dois ou três minutos. Neste momento o rio pára de correr e suas cachoeiras param de cair. Os peixes deitam-se no fundo do leito do rio e as cobras perdem o veneno. É neste intervalo de tempo que a Mãe-d’Água vem à superfície, procurando uma canoa para nela sentar e pentear seus cabelos. É também nessa hora que as pessoas que morreram afogadas saem do fundo das águas e seguem para as estrelas. Os barqueiros que se acham no rio à meia-noite tomam todo o cuidado para não acordá-lo. Se porventura um deles sente sede, antes de pegar água do rio joga um pedacinho de madeira na superfície da água. Caso ele fique parado, o barqueiro espera, porque não convém acordar o rio: quem o fizer, será castigado Conta-se que uma vez um jovem barqueiro, que não acreditava nisso, resolveu mergulhar exatamente na hora em que o rio dormia, apostando com seus companheiros que nada lhe sucederia. Fez o teste para ver se o rio estava adormecido, e, apesar dos pedidos em contrário, mergulhou. Ficou desaparecido por muito tempo, até que as águas se abriram e o rapaz reapareceu. Seus companheiros correram para vê-lo, mas ele estava muito diferente: tinha o olhar vazio, e ficava andando de um lado a outro do barco, sem destino certo. Seus amigos o chamaram, gritaram com ele, sacudiram-no, mas nada o afetava. De repente, de um salto, atirou-se novamente nas águas do rio, e nunca mais voltou.

O Minhocão O Minhocão é uma cobra gigantesca que vive no rio São Francisco. Quando quer, o Minhocão vai furando a terra, furando, furando, passando por baixo das casas. O buraco que fica por onde ele passa é tão grande que as casas acabam caindo. O divertimento predileto do Minhocão é apavorar quem viaja de barco pelo rio São Francisco. Esporadicamente fica zangado e, sem motivo aparente, e, com o rabo, dá uma pancada numa embarcação tão forte, mas tão forte, que a manda diretamente para o fundo do rio. As grutas existentes nos barrancos do rio também foram todas feitas por ele. Até hoje, às vezes, pode-se ouvir o estalar de seu rabo no rio, ou por dentro da terra de alguma região ribeirinha, por baixo das casas.

CarrancaNo rio São Francisco, os barcos costumam apresentar figuras estranhas e assustadoras esculpidas nas proas. São chamadas de carrancas, e servem para afugentar os seres que habitam o rio, tais como: o Caboclo-d’Água, a Mãe-d’Água e o Minhocão.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Copyright © Terminal Sete